"...onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros e nada mais..."
quinta-feira, 9 de julho de 2015
sexta-feira, 3 de julho de 2015
Clarice Lispector
Considero a Clarice "um monstro sagrado da literatura brasileira" que graças a Deus saiu de Chechelnyk, na Ucrânia e veio para o Brasil com dois anos de idade, juntamente com sua família em decorrência do antissemitismo resultante da Guerra Civil Russa e pode nos presentear com sua escrita.
Uma escritora de grau máximo, que consegue despertar em mim várias pertubações toda vez que leio algumas de suas obras...é claro que para mergulhar em sua leitura é preciso um preparo psicológico, pois a autora tem uma escrita indefinível e mágica, que para alguns pode até parecer hermética, mas para mim é perfeita, pois a compreensão de suas obras não dependem de um conhecimento literário prévio.
Lispector para mim, literalmente falando é GRANDIOSO. Ela ficou com fama de incompreendida e "meio doida" porque se entregou demais ao seu trabalho de criar, optando muitas vezes pela solidão, assim como o Kafka, Van Gogh, Rimbaud...verdadeiros mestres da arte de criar e escrever.
De suas obras, as que mais gosto são Perto do coração Selvagem e A hora da estrela , esta última desperta em mim o amor e o ódio, ou seja, amo e odeio A hora da estrela, mas o amor é maior... Ainda irei escrever um texto só para explicar essa dualidade de sentimentos.
Deixo um poema da Clarice que me define bem, pois tenho urgência de viver e aqui me vejo como ela:
"Quer saber o que eu penso?
Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho
preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno.
Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração.
Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar.
Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim.
Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento palavras para uma alma com fome. Te pergunto: você aguentaria viver na montanha russa que é o meu coração? Me desculpe. Nada é pouco quando o mundo é meu!"
Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. E adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento palavras para uma alma com fome. Te pergunto: você aguentaria viver na montanha russa que é o meu coração? Me desculpe. Nada é pouco quando o mundo é meu!"
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