domingo, 26 de junho de 2011

Ícones do rock mortos aos 27 anos...

Janis Joplin:



A eterna rainha do blues rock lançou maravilhas como Cheap Thrills (1968) e Pearl (1971). A intérprete foi com certeza a mulher mais influente e com a voz mais poderosa da história do rock, e uma das mais importantes da história de toda a música. A cantora americana arrasava, deixando a plateia embevecida. Seu temperamento era bem difícil, sua imagem sempre foi ligada às drogas psicodélicas e ao álcool. Foi vítima de uma overdose acidental aos 27 anos, quando estava no final das sessões de gravação de Pearl. De Janis, a minha canção preferida é "Piece of my heart".

Jim Morrison:



Um dos grandes poetas do rock e totalmente imprevisível: era capaz de fazer shows maravilhosos ou horríveis, conforme o seu humor. Em 1968, o The Doors deixava de ser uma banda do underground roqueiro. Com o disco "Waiting for the Sun", o grupo californiano chegou ao primeiro posto do Billboard e emplacou com o hit "Hello, I Love You". Era considerado o grande símbolo sexual do rock, nos anos 60, mas Jim se afundava nas drogas, sendo o álcool seu grande fraco. Vítima de overdose acidental, morreu em Paris aos 27 anos.

Jimi Hendrix:



Ainda hoje considerado o maior guitarrista da história do rock, gravou discos espetaculares. No palco, ele pôs até fogo na guitarra, após quebrá-la! O gesto era totalmente novo para a plateia que se afastou do palco temerosa. Usava drogas e bebia como se não houvesse amanhã. Morreu aos 27 sufocado no próprio vômito, após uma mistura de comprimidos e bebidas alcoólicas.

Kurt Cobain:



O vocalista do grupo americano Nirvana foi o maior mito do rock nos anos 90. Lançou os brilhantes Nevermind (1991) e In Utero (1993). Fez shows cheios de altos e baixos no Brasil em janeiro de 1993, e até gravou em um estúdio carioca. Em 5 de abril de 1994, ele cometeu suícidio.

Brian Jones:



Brian era conhecido pela sua versatilidade musical, tocando vários instrumentos diferentes, ainda que se tenha notabilizado como guitarrista da banda. Criou e deu o nome a uma banda lendária: The Rolling Stones. O grande músico costumava usar roupas extravagantes, além de um estilo de vida baseado no "sexo, drogas e rock'n roll". Acabou mergulhando nas drogas e sendo mandado embora do próprio grupo por Mick Jagger. Foi encontrado morto em sua piscina, afogado, apenas um dia depois de ser demitido. Jones foi o primeiro roqueiro famoso a morrer com 27 anos.

Robert Johnson:



Johnson foi um dos músicos mais influentes do Mississippi Delta Blues e é uma importante referência para a padronização do consagrado formato de doze compassos para o blues. Influenciou grandes artistas durante anos como Muddy Waters, Led Zeppelin, Bob Dylan, The Rolling Stones, Johnny Winter, Jeff Beck, e Eric Clapton, que considerava Johnson "o mais importante cantor de blues que já viveu". Por suas inovações, músicas e habilidade com a guitarra ficou em quinto lugar no ranking dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos da revista Rolling Stone. Foi vítima de envenenamento aos 27.

Alan Wilson:



Foi o líder, vocalista e principal compositor da banda de blues estadunidense Canned Heat. Morreu de overdose de drogas, num aparente suicídio. Sabia tudo de blues, e conhecia a obra de cada grande nome do gênero. Future Blues (1968) foi o melhor disco do grupo.

Gary Thain:



O baixista inglês do Uriah Heep é até hoje considerado um dos melhores da história do heavy metal. Era vicíado em heroína. Thain sofreu um violento choque de seu baixo em setembro de 1975, durante uma apresentação da banda no Moody Coliseum, em Dallas, Texas. Dali, nunca mais se recuperou, sendo encontrado morto em sua residência no dia 8 de dezembro do mesmo ano, com 27 anos de idade, pouco depois da sua saída compulsória do grupo, devido ao seu vício.

Esse ícones influenciaram e ainda influenciarão gerações sedentas por rock, segue um vídeo de Jimi Hendrix, um dos que mais gosto, Hey Joe:

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tudo, tudo, tudo vai dar pé...



"Bem que eu me lembro
Da gente sentava ali
Na grama do aterro, sob o céu
Ob-observando estrelas
Junto à fogueirinha de papel...

Quentar o frio
Requentar o pão
E comer com você
Os pés, de manhã, pisar o chão

Eu sei a barra de viver...

Mas, se Deus quiser!
Tudo, tudo, tudo vai dar pé...
Tudo, tudo, tudo vai dar pé..." (Não chore mais - Gilberto Gil)

sábado, 18 de junho de 2011

Metade (Oswaldo Montenegro)



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Até quando esperar?

Meus pensamentos se perdem... a noite fria, a baixa temperatura, ajudam a potencializar ainda mais a minha ira, a minha revolta...
Tudo bem que sou uma pessoa idealista e sonhadora, mas a felicidade realista é implacável...

Iniciei a semana tentando convencer um amigo da Unifesp a não desistir do curso, motivos??? Vários!!! Além da distância do campus, o desemprego e a falta de grana até mesmo para chegar à Universidade falou mais alto: “De que adianta eu estar em uma universidade pública se não consigo aproveitar? Se preciso sair às 15:00h de casa para estar lá à noite e permanecer até às 23:00h sem lembrar que estou com fome, depois de passar a manhã procurando um emprego...”
Depois disso parei de tentar convencê-lo, pois perdi os argumentos e senti aquela angústia como se fosse minha... lembrei-me do Renato cantando Conexão Amazônica:

“Estou cansado de ouvir falar
Em Freud, Jung, Engels e Marx
Intrigas intelectuais
Rodando em mesa de bar...

...E você quer ficar maluco sem dinheiro e acha que está tudo bem
Mas alimento pra cabeça nunca vai matar a fome de ninguém
Uma peregrinação involuntária talvez fosse a solução
Auto-exílio nada mais é do que ter seu coração na solidão...”

(Fragmentos de Conexão Amazônica – Legião)

Por que ainda é tão difícil estudar neste país? Aliás, porque ainda é tão difícil viver? Concordo com Oscar Wilde quando ele diz que viver é a coisa mais rara do mundo e que algumas pessoas apenas existem.
É, existimos de qualquer jeito, de qualquer maneira, e esse existir custa caro... “abrimos” mão de tudo, aceitamos as condições que nos são impostas... trabalhamos com o que não gostamos, nos calamos, nos mutilamos, “engolimos sapos”, nos condicionamos a tudo isso...afinal, precisamos nos sustentar e pagar as contas, vivemos de esmolas...

Vivemos realmente a teoria da escravidão... preferimos ser escravos e termos a senzala e os restos de comida para matar nossa fome a ser livres, sem ter pra onde ir e o que comer... e ainda agradecer todos os dias por termos isso, por termos tão pouco, por não dormirmos na rua...

Resta-me pensar então que, se você não teve a sorte de nascer em uma família com as “bases” formadas, terá que enfrentar as grandes deformações que a vida lhe apresentará desde cedo.

O Brasil é um dos territórios mais ricos em produção material e cultural de todo planeta. Temos enormes riquezas e reservas naturais, mas estamos entre as dez piores sociedades em desigualdade social. Temos 15 milhões de adultos analfabetos, sendo que apenas 10% de nossos jovens em idade universitária conseguem se matricular no ensino superior. As estatísticas socioeconômicas da sociedade brasileira são inaceitáveis e indignantes...

Concordo plenamente com você quando diz que fará disso um lema: “Não quero aceitar a condição de que não há condições” e também odeio essa ordem social que nos priva o intelecto, nos forçando a condição de escravos modernos...

"Até quando esperar a plebe ajoelhar esperando a ajuda de Deus?

Encerro o meu momento protesto com a canção da banda Plebe Rude, Até quando esperar?: